PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS PARA AS EMPRESAS
- O confinamento atual provocou uma queda de consumo e um aumento do desemprego (6,2%). O Governo prevê um crescimento de 3% do PIB em 2021, após recuo de 5% em 2020. O índice mensal do clima de negócios “IFO”, de 22/2, aumentou (92,4 pontos vs. 90,3 em janeiro), empurrado pela subida das expectativas na indústria;
- Mantém-se a incerteza quanto às consequências da pandemia sobre o ambiente económico e social no país, sendo que a campanha de vacinação ao dia 21 de fevereiro cobria 4% da população com a 1ª e 2% com a 2ª toma. Como pano de fundo também as eleições legislativas em setembro;
- As empresas olham com cautela para o relançamento económico, consolidando estratégias, e dando particular atenção à questão das cadeias de fornecimento;
- A indústria transformadora continua afetada, com exceção das fileiras da saúde e das TIC. Empresas do ramo automóvel somam aos efeitos da pandemia as consequências da reestruturação do setor em geral. Mas, as OEMs deste ramo voltam a manifestar otimismo, motivado pelo aumento das vendas na China e anunciam novos planos de investimento. No setor financeiro receia-se um cenário de crise que pode afetar os maiores players;
- Dois terços dos retalhistas do centro das cidades temem pela sua sobrevivência. O receio é particularmente acentuado no retalho de moda;
- A partir de 30/1, o Governo proibiu a entrada de pessoas provenientes de países de “alto risco”, entre os quais Portugal, afetando o trânsito de produtos e atividades das empresas portuguesas;
- Desde março de 2020 que não se realizam feiras comerciais presenciais, complicando o marketing das empresas e a abordagem direta ao mercado.
APOIO ÀS EMPRESAS NO MERCADO
O pacote de auxílio total à economia alemã situa-se acima de 1.135 mil milhões de euros (33% do PIB anual). Numa perspetiva plurianual, os auxílios atingem 40 % do PIB de 2019 (fonte Instituto Bruegel, 25/11/2020). Algumas das medidas mais relevantes:
- Fundo de estabilização económica (€ 600 mil milhões, dos quais € 100 mil milhões para medidas de capital, com possibilidade de assumir posições acionistas nas empresas);
- Parte nacional alemã (€ 23,6 mil milhões) do Plano de Recuperação e Resiliência da UE;
- Flexibilização do regime de trabalho temporário (semelhante ao regime de layoff português) até 31/12/2021, e assunção integral das responsabilidades sociais por parte do Estado;
- Apoios financeiros diretos para empresas afetadas pelas consequências do confinamento;
- Do total das medidas anunciadas, e até ao dia 16/2/2021, o Estado Federal aprovou apoios diretos às empresas com um valor total de € 83,4 mil milhões;
- Redução do IVA de 19% para 16% de junho a dezembro de 2020 (custos 20 mil milhões vs. efeitos de 6,5 mil milhões); na gastronomia de 19% para 7% até dezembro de 2022 (para a comida consumida).
CONSELHOS ÚTEIS ÀS EMPRESAS
Recomenda-se uma abordagem estratégica, estruturada e persistente do mercado alemão, que comporta mais oportunidades do que riscos:
- Num contexto pós-Brexit e pós-Covid o mercado germânico destaca-se ainda mais como o maior e mais estável no seio da União;
- Acentua-se a vantagem de encurtar a distância de acesso ao mercado, através de presença produtiva, logística e comercial direta;
- Tendência atual do aumento da procura de produtos europeus no contexto da consolidação das cadeias de fornecimento dos grandes grupos industriais alemães;
- Exposição a sectores mais resilientes ao embate inicial e com procura sustentada, como seja o sector dos consumíveis e equipamentos hospitalares, indústria química e farmacêutica, energias renováveis e mobilidade;
- Aposta na propriedade intelectual e na certificação dos produtos e serviços;
- Transformação digital acelerada, capaz de catapultar as empresas para a dianteira da abordagem a mercados distantes e exigentes;
- Aposta numa lógica de cluster nacional, evoluindo na cadeia de valor. Procurando exportar módulos ou soluções integradas, por oposição a produtos/serviços isoladamente de menor valor.
- Aquisições oportunistas de empresas com forte presença no mercado alvo;
- Reforçar e adaptar a presença futura em feiras/eventos promocionais, apostando na “nova realidade” (como p. ex. modelos “híbridos” e/ou exclusivamente virtuais).
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